Série: Plante Ar Puro
com Carol Costa
No primeiro artigo da série Plante ar puro, a jardineira Carol Costa ensina decorar sua casa com plantas que são campeãs em filtrar o ar que respiramos.
“As pessoas esquecem que a planta não é só serzinho bonito que alegra e decora sua casa, é muito mais que isso. Ela pode ser um potente filtro natural, que deixa o ar que você respira mais puro”, diz a jardineira Carol Costa, referindo-se a uma nova tendência na decoração que tem repercutido no Brasil. Tem sua origem numa pesquisa desenvolvida por mais de 15 anos pela NASA, a Agência Espacial Norte Americana, e uma associação de paisagistas dos Estados Unidos, no final da década de 1980, que apontou algumas plantas que possuem a capacidade de filtrar a poluição, a poeira e uma série de substâncias presentes em nossa casa.
Com os olhos voltados para o céu, os pesquisadores estadunidenses buscavam formas de desintoxicar o interior das estações espaciais, e comprovaram que algumas espécies são verdadeiros purificadores naturais. É o caso dos antúrios, samambaias, dracenas, jiboias, fícus, palmeira raphis, filodendros, azaleias entre outras.
Segundo a pesquisa, os vilões presentes no interior de nossas casas são encontrados em produtos de limpeza, na madeira de compensados, nas estamparias, tintas, ceras e vernizes, que liberam substâncias cujos nomes já assustam: tricloroetileno, formaldeídos, amônia, xileno, benzeno entre outras. Exalados com frequência podem causar danos a saúde, como tontura, sonolência, irritação na garganta, boca e nariz, aumento da frequência cardíaca e até mesmo problemas nos rins e pulmões.
“São perigos invisíveis, mas que podem ser combatidos deixando sua casa mais verde, simples assim”, diz Carol, que, neste primeiro artigo, nos ajuda a preparar os ambientes mais amplos da casa, a fachada e a sala. No segundo artigo, será a vez de ambientes mais íntimos e aconchegantes, como o quarto, a cozinha e o home-office.
Boas-vindas
São elas que dão as boas-vindas a quem chega. E para abraçar todo o ar que nos rodeia, Carol Costa utiliza plantas de grande e médio porte, como a raphis, a fícus os antúrios e os filodendros. “Azaleias também são bons filtros de ar, e mostram que além de purificar podem embelezar sua fachada”, diz a jardineira. Neste caso, para que as flores fiquem sempre vistosas e bonitas, ela cita uma técnica que chamou de beliscamento, na qual ela vai retirando as pétalas mais velhas com os dedos, deixando apenas as mais novas. “Isso estimula a planta a produzir ainda mais flores”, explica a jardineira.
“Essa fícus tornou-se objeto de desejo na decoração por possuir algo de selvagem, como as folhas grandes, e ao mesmo tempo se dar bem em vasos, e possuir um crescimento muito lento”
Carol Costa
Outra grande vantagem dessas espécies é serem “flex”, ou seja, aceitam ficar num ambiente que tem sombra e ao mesmo tempo recebem incidência do sol algumas horas do dia. “Por isso são perfeitas para fachadas e, com o tempo, vão ficando mais bonitas e encorpadas”, diz Carol.
Na sala, uma boa pedida é a ficus lyrata, que tem sido muito usada em ambientes internos e espaçosos. “Essa fícus tornou-se objeto de desejo na decoração por possuir algo de selvagem, como as folhas grandes, e ao mesmo tempo se dar bem em vasos, e possuir um crescimento muito lento”, explica Carol.
Outra dica da jardineira, que serve tanto pra sala quanto para as fachadas, é criar composições que misturem folhas com tamanhos, texturas e desenhos diferentes. Você também pode trabalhar em grupos com números impares, com três, cinco ou sete plantas. “Agrupar funciona melhor do que espalhar, pois, além de dar volume ao ambiente, torna-se mais fácil cuidar, regar e limpar. Além disso, quando essas plantas transpiram, em grupo, forma-se uma massa de vapor que ajuda as que são menos resistentes a calor. Elas se ajudam, e nos ajudam, como tem que ser”, completa Carol.
Substâncias que poluem nossa casa, onde são encontradas e o que podem provocar:
Tricloroetileno – tintas de impressão, vernizes, adesivos. Pode causar excitação, tontura, dor de cabeça, sonolência.
Formaldeído – sacos de papel, tecidos sintéticos, madeira compensada. Provoca irritação no nariz, boca e garganta,
Benzeno – plásticos em geral, resinas, lubrificantes, cola, cera de móveis. Pode causar irritação nos olhos, sonolência tontura, dor de cabeça e aumento de frequência cardíaca.
Xileno – borracha, couro, fumaça de veículos. Pode provocar irritação boca e garganta, tontura, dor de cabeça e até danos ao fígado e aos rins.
Amônia – produtos de limpeza, ceras, fertilizantes. Entre os sintomas estão irritação ocular, tosse e dor de garganta.