O Brasil já registra mais de 2 milhões de casos de dengue registrados em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Com o aumento expressivo no número de casos da doença, o Ministério da Saúde intensificou as ações e a campanha de prevenção.
Uma das medidas sugeridas é a colocação de areia nos pratinhos e vasos de plantas para evitar o acúmulo de água. E as bromélias? Tidas como vilãs quanto o assunto é dengue, as bromélias não são criadouros da dengue, segundo um estudo da Fiocruz.
Mas e a água acumulada na bromélia?
As folhas da Bromélia que formam um tubo não representam um ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, uma vez que o próprio “suco” biológico resultante desse acúmulo de água nas folhas da planta não favorece a reprodução do inseto.
As bromélias verificadas no estudo foram expostas a chuvas e não foram tratadas com nenhum tipo de inseticida durante a pesquisa e nem nos dez meses anteriores a ela. Do total de mosquitos capturados, 77,2% eram do gênero Culex e 21,4% do Wyeomuia. No estudo foram avaliadas 120 bromélias e apenas duas larvas do Ae. Aegypti, representando 0,07% do total de mosquitos coletados.
Sendo assim, constatou-se que as bromélias não representam microhabitats para o desenvolvimento de mosquitos das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus, dois dos principais vetores da dengue no Brasil.
Sobre o estudo
O estudo foi realizado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), ambos unidades da Fiocruz, e do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Nessa pesquisa, foram capturados, durante quase um ano, aproximadamente 3 mil espécimes de mosquitos encontrados em 120 bromélias pertencentes a dez diferentes espécies da planta no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O espaço fica a menos de 200 metros de moradias do bairro da Gávea, área endêmica da doença no Estado do Rio de Janeiro.
